Dia da Polícia de Segurança Pública
158.º Aniversário
Discurso do Diretor Nacional
Excelentíssima Senhora Ministra da Administração Interna, Professora Catedrática Maria Lúcia Amaral,
Permita-me que comece por expressar-lhe, em nome de toda a Polícia de Segurança Pública, o nosso profundo agradecimento por presidir a esta cerimónia comemorativa do 158.º aniversário da nossa Instituição. A sua presença, neste momento tão significativo para todos nós, é para a PSP motivo de especial orgulho e um sinal claro do compromisso e da atenção que o Governo dedica à segurança interna e aos profissionais que a garantem diariamente.
Assumir a tutela da Administração Interna no atual XXV Governo Constitucional e iniciar agora o seu mandato revela‑se uma mais‑valia para a PSP e para o sistema de segurança português. A sua chegada, Senhora Ministra, é sinal de exigência e compromisso institucional.
Senhora Ministra, enquanto Professora Catedrática e antiga Juíza do Tribunal Constitucional, V. Ex.ª traz à liderança da Administração Interna uma visão de rigor jurídico, ética cívica e espírito público que muito estimamos. As suas declarações recentes, nomeadamente quando defendeu a urgência de uma Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras na PSP para reforço da segurança e do controlo harmonizado junto de fluxos migratórios, demonstram sensibilidade estratégica e alinhamento com os nossos desafios operacionais
Queremos, assim, enaltecer o espírito de parceria e de confiança institucional que desde já nos uniu. A matéria da segurança interna, no seu conjunto, exige articulação plena entre os diferentes órgãos de soberania, forças de segurança e tutela política. Agradecemos a V. Ex.ª pela abertura ao diálogo, pela prontidão em ouvir as nossas propostas e pela sua intransigência na visibilidade da PSP como garante da ordem pública e da proteção de pessoas e bens.
Renovamos o nosso compromisso de estreita colaboração com o Ministério da Administração Interna e com V. Ex.ª pessoalmente. Os objetivos políticos definidos, desde a consolidação da autoridade democrática, ao reforço operacional, à transformação digital, à valorização institucional, à formação e à cooperação internacional, dependem de articulação sistemática entre a Direção da PSP e o Ministério que a tutela. Estamos empenhados em contribuir com rigor técnico, agilidade, espírito de equipa e presença ativa na operacionalização dessas medidas.
Desejamos-lhe pleno êxito neste mandato e contamos com a sua liderança para, em conjunto, promover uma segurança pública moderna, eficaz e inclusiva, de serviço à liberdade dos cidadãos e ao progresso de Portugal.
Muito obrigado, Senhora Ministra.
Exmos. Senhores Secretários de Estado do Ministério da Administração Interna,
Permitam-me saudar com especial estima e apreço a presença de Vossas Excelências nesta cerimónia, que muito nos honra e simboliza o compromisso da nossa Tutela com a segurança interna. A vossa participação ativa e empenhada nesta celebração é expressão clara do reconhecimento pelo trabalho diário desenvolvido pela PSP e do vosso apoio institucional aos desafios que enfrentamos.
O envolvimento direto dos Senhores Secretários de Estado na definição e acompanhamento das políticas públicas de segurança tem sido essencial para assegurar a articulação entre a orientação estratégica do Ministério da Administração Interna e a realidade operacional da PSP. A vossa presença aqui é, por isso, mais do que um gesto protocolar, um sinal de proximidade, de corresponsabilidade e de respeito pelo trabalho exigente que realizamos todos os dias.
A confiança e a atenção que nos têm sido dedicadas por Vossas Excelências são fundamentais para consolidar a nossa missão, modernizar os nossos meios e reforçar a capacidade de resposta da PSP perante os novos desafios da sociedade.
Renovamos, por isso, a nossa total disponibilidade para continuar a colaborar, com lealdade e competência, na concretização dos objetivos definidos pelo Governo no domínio da segurança pública, certos de que só com diálogo, cooperação e confiança mútua poderemos garantir um futuro mais seguro para todos os que vivem em Portugal.
A todos, o nosso sincero agradecimento e muito obrigado pela vossa presença.
Permitam-me, ainda, de forma breve mas sentida, dirigir uma palavra de reconhecimento à Senhora Juíza Conselheira, Dra. Margarida Blasco, que desempenhou funções como Ministra da Administração Interna durante cerca de um ano.
O seu mandato foi marcado por um diálogo franco, sereno e respeitador com a Polícia de Segurança Pública, tendo sempre revelado consideração pelo nosso trabalho, atenção institucional e sentido de justiça. Mesmo em contexto exigente, pautou a sua ação por equilíbrio, discrição e responsabilidade.
Em nome da PSP, deixo uma palavra de agradecimento pelo contributo prestado à segurança interna e pelo apoio dedicado à nossa missão.
Exmo. Senhor Presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil
Exmo. Senhor Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana
Exmo. Senhor Presidente do Tribunal da Relação de Lisboa
Exmos. Senhores Altos Representantes do Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, do Chefe de Estado-Maior da Armada, do Chefe de Estado-Maior do Exército e do Chefe de Estado-Maior da Força Aérea
Excelência Reverendíssima, o Bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança
Exmo. Senhor Vice-Presidente da Câmara Municipal de Oeiras
Exmo. Senhor Inspetor-Geral da Administração Interna
Exmo. Senhor Secretário-Geral do Ministério da Administração Interna
Exmo. Senhor Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária
Exmo. Senhor Secretário-Geral Adjunto do Sistema de Segurança Interna,
Exmos. Senhores Antigos Diretores Nacionais da Polícia de Segurança Pública
Exmos. Senhores Diretores Nacionais Adjuntos da Polícia de Segurança Pública
Exmo. Senhor Presidente da Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto
Exmo. Senhor Chefe do Gabinete da Ministra da Administração de Interna
Exmos. Senhores Chefes do Gabinete dos Secretários de Estado do Ministério da Administração Interna
Exmo. Senhor Coordenador-Geral da Unidade de Coordenação de Estrangeiros e Fronteiras do Sistema de Segurança Interna
Exmo. Senhor Diretor Nacional Adjunto da Polícia Judiciária
Exmo. Senhor Vice-Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa
Exmos. Senhores antigos Diretores Nacionais Adjuntos da Polícia de Segurança Pública
Exmos. Senhores Dirigentes e Comandantes da Polícia de Segurança Pública
Exmo. Senhor Coordenador da Unidade de Planeamento de Eventos, Protocolo de Estado e Gestão de Crises do INEM
Exmo. Senhor Presidente da Associação dos Diretores de Segurança de Portugal
Exmos. Senhores Militares da Guardia Civil do Reino de Espanha
Exmos. Senhores Oficiais, Chefes, Agentes e Pessoal Técnico de Apoio à Atividade Operacional
Exmo. Senhores representantes dos Sindicatos da PSP e do Montepio da PSP de Lisboa
Exmos. Senhores representantes dos Órgãos de Comunicação Social
Ilustres convidados e familiares
Minhas Senhoras e Meus Senhores
A Polícia de Segurança Pública assume, por força da lei e da geografia da segurança, uma responsabilidade territorial particularmente exigente. A nossa área de atuação abrange os principais centros urbanos e zonas de maior densidade populacional do país.
Asseguramos a proteção e segurança das duas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, nas capitais de distrito, bem como em todas as grandes cidades e vilas com significativa concentração populacional, atividade económica, turística e institucional.
Esta distribuição territorial coloca-nos na linha da frente da segurança de aproximadamente 68% da população residente e flutuante em Portugal. Isto significa que, diariamente, a PSP é responsável por proteger milhões de pessoas que vivem, trabalham, estudam ou visitam o nosso país, muitas vezes em contextos urbanos marcados por grande complexidade social e operacional.
Este dado é revelador da dimensão da nossa missão e da confiança que o Estado e a sociedade depositam na Polícia de Segurança Pública.
Considerando o contexto de segurança nacional em que nos inserimos — marcado por uma crescente complexidade dos fenómenos criminais, pela intensificação dos fluxos migratórios, pela transformação digital e pelos riscos transnacionais —, impõe-se à Polícia de Segurança Pública uma resposta clara, estratégica e sustentável.
Assim, neste novo ciclo estratégico que se inicia, a Polícia de Segurança Pública traçou uma visão determinada para o triénio 2025-2027, assente em seis eixos fundamentais, que reforçam o nosso compromisso com a segurança dos cidadãos, a modernização da instituição e a coesão interna da nossa missão.
Estes eixos orientam a nossa ação com ambição, rigor e sentido de missão, projetando uma PSP mais próxima, mais qualificada e mais preparada para os desafios do futuro:
1. Sentimento de Segurança dos Cidadãos:
Colocar as pessoas no centro da ação policial, reforçando o sentimento de segurança através da presença, da prevenção e da eficácia. O nosso objetivo é garantir que cada cidadão, em qualquer ponto do território, se sinta protegido, respeitado e confiante na ação da PSP.
2. Formação Inicial, Contínua e de Especialização:
Investir no conhecimento e na capacitação dos nossos profissionais. A formação é a base da qualidade do serviço policial. Queremos polícias mais bem preparados, com competências atualizadas e capazes de atuar em contextos cada vez mais complexos.
3. Valorização Socioprofissional do Capital Humano:
Reconhecer o valor dos nossos homens e mulheres, promovendo carreiras motivadoras, melhores condições de trabalho e uma cultura institucional de respeito, justiça e reconhecimento. O bem-estar dos nossos profissionais é indissociável da qualidade do serviço que prestamos à sociedade.
4. Coesão Interna:
Fortalecer a identidade e a unidade da instituição. Uma PSP coesa, com liderança partilhada, espírito de equipa e sentido de pertença, é uma PSP mais forte e mais capaz de responder com eficácia às exigências operacionais e sociais.
5. Inovação e Desenvolvimento:
Apostar na modernização tecnológica, na transformação digital e na capacidade de antecipação. A inovação será uma constante em áreas como a investigação criminal, a gestão da informação, a mobilidade e os sistemas de apoio à decisão.
6. Comunicação, Imagem Institucional e Cooperação Internacional:
Reforçar a comunicação estratégica, aproximar a PSP dos cidadãos e afirmar a sua imagem como uma polícia democrática, moderna e competente. A cooperação com parceiros nacionais e internacionais será igualmente central numa era em que os fenómenos criminais transcendem fronteiras.
Estes seis eixos definem o caminho que queremos seguir: uma PSP que evolui com o país, que serve com excelência e que projeta confiança no futuro.
Excelências,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Caros Polícias e pessoal de apoio técnico à atividade operacional,
Hoje é dia de reconhecer e enaltecer o trabalho de cada um dos homens e mulheres da PSP – efetivos policiais e civis – que, todos os dias, vestem a farda ou trabalham nos bastidores com um único propósito: garantir a segurança de Portugal. A missão que assumem, contínua e dedicada, tem sido determinante para que o nosso país se destaque como um dos mais pacíficos do mundo.
Portugal ocupa o 7.º lugar no Global Peace Index de 2024, assumindo-se como o 5.º país mais pacífico da Europa. Esta posição de prestígio não é um mero número: é antes um reflexo real da paz ativa e da segurança que os nossos cidadãos vivenciam – um bem económico e social de enorme valor. O facto de sermos um país tão pacífico contribui para a prosperidade, para o investimento e para a qualidade de vida dos portugueses. Mas este património só existe graças ao vosso empenho, ao vosso rigor, à vossa coragem diária.
A todos vós – polícias e equipas civis – digo: o meu mais profundo reconhecimento! Vocês estão nas ruas, nos bairros, nas praias, nas estradas, à entrada das escolas e nos aeroportos. Vós sois a mão amiga na prevenção, o olhar atento na investigação e o apoio firme nas situações de crise, garantindo que Portugal continue a ser um destino de paz.
Num mundo cada vez mais incerto, a nossa posição no índice de paz global é, antes de mais, o resultado do vosso trabalho anónimo, do vosso compromisso institucional, do vosso sentido de missão.
É também graças à vossa capacidade de adaptação e ao vosso profissionalismo que estamos prontos para assumir novos desafios e competências. Seja na proteção das fronteiras, na monitorização de cibercrimes, na resposta a crises humanitárias, no policiamento ambiental ou na prevenção e combate ao terrorismo, a PSP tem demonstrado estar preparada e motivada para evoluir, com resiliência e eficácia.
Às mulheres e aos homens da PSP: este reconhecimento é vosso!
Continuem com este espírito de serviço, proximidade e coragem. Continuem a fortalecer a nossa instituição e, com ela, a paz e o futuro de Portugal.
Muito foi feito e muito há a fazer para uma ainda maior melhoria da situação de segurança pública em Portugal.
Não posso deixar, também, de sublinhar, nesta ocasião, o trabalho de cooperação institucional que temos vindo a desenvolver com todas as estruturas sindicais da PSP. Tem sido uma relação marcada por um diálogo permanente, exigente, mas sempre construtivo e centrado na valorização da carreira policial, na melhoria das condições de trabalho e na dignificação do serviço público que prestamos.
Através de reuniões, escuta ativa e respeito mútuo, temos conseguido construir consensos e avançar em matérias fundamentais para o futuro da Instituição e para o bem-estar dos nossos profissionais. As estruturas sindicais são, neste contexto, parceiros institucionais legítimos e indispensáveis, com os quais a Direção Nacional manterá, como sempre, uma postura de abertura, respeito e cooperação leal.
A todos os dirigentes sindicais, deixo uma palavra de reconhecimento: obrigado pelo contributo firme e responsável que têm dado à PSP.
Também neste 158.º aniversário da Polícia de Segurança Pública, celebramos não apenas a longevidade da nossa instituição, mas sobretudo, como já referi, o trabalho diário, resiliente e comprometido de milhares de profissionais que servem Portugal com dedicação.
O ano de 2024 ficou marcado por uma atuação firme e próxima, sustentada em dados concretos que demonstram a solidez da ação da PSP.
No domínio da criminalidade participada, registámos, em 2024, 166.391ocorrências, traduzindo-se numa redução de 4,7% face ao ano anterior. A criminalidade violenta e grave apresentou uma ligeira acentuação, na ordem dos 0,9%. São dados que reforçam a eficácia da ação preventiva, investigatória e dissuasora da PSP.
A nossa intervenção operacional traduziu-se ainda em 19.847 detenções e constituímos arguidos quase 34.000 suspeitos dos mais variados crimes, destacando-se as ocorrências associadas ao tráfico de estupefacientes, furto, violência doméstica e condução sob efeito do álcool. Realizámos 2.166 buscas, 19.511 policiamentos desportivos, 2.117 policiamentos a manifestações – garantido o direito constitucional de reunião e manifestação em segurança e liberdade de centenas de milhares de pessoas -, e mais de 6.000 policiamentos a outros eventos.
No exercício da missão de garantir a ordem, prevenir o crime e proteger pessoas e bens, a PSP teve, em 2024, uma atuação robusta e determinada em múltiplas frentes.
No domínio da prevenção e combate ao tráfico de droga, em 2024 a Polícia de Segurança Pública desenvolveu uma atuação determinada e eficaz. Foram efetuadas 6.639 apreensões de substâncias estupefacientes, das quais resultou a recolha de uma quantidade global de mais de 2,1 toneladas de produto ilícito. Este resultado é reflexo direto da competência dos nossos profissionais, da capacidade de investigação e da articulação operacional com outros órgãos de polícia criminal. Mais do que números, estes dados representam vidas protegidas, redes desarticuladas e comunidades mais seguras. A luta contra o tráfico de droga continua a ser uma prioridade operacional e estratégica para a PSP, uma missão que assumimos com firmeza, responsabilidade e empenho total.
No âmbito da prevenção e combate ao crime violento e ao tráfico de armas, foram apreendidas 5.232 armas de fogo, refletindo uma ação policial firme no desmantelamento de circuitos ilegais e na retirada de armamento potencialmente letal das ruas. Paralelamente, foram apreendidas 51.187 munições, num claro sinal da eficácia das operações de investigação e fiscalização.
Ao nível do controlo de substâncias perigosas e materiais de risco, foram apreendidos 4.601.000 quilogramas de explosivos, assegurando-se a neutralização de ameaças com elevado potencial destrutivo, quer em contextos criminais, quer em cenários de risco público.
No domínio da segurança privada, foram realizadas 3.668 ações de fiscalização, garantindo o cumprimento das normas legais por parte de entidades que prestam serviços sensíveis no ecossistema de segurança nacional. Esta vigilância é essencial para assegurar que a segurança privada atua em complementaridade e com responsabilidade perante o quadro legal e ético definido pelo Estado.
No campo da prevenção rodoviária, a PSP manteve uma presença ativa e dissuasora nas estradas, tendo sido fiscalizados 679.512 condutores ao longo do ano. Desta ação resultaram 307.453 autos de contraordenação rodoviária, traduzindo um esforço constante no combate à sinistralidade e na promoção de comportamentos responsáveis ao volante.
Estes números confirmam que a PSP é, em todas as dimensões da sua atuação, uma força ativa, presente e comprometida com a proteção da sociedade. A fiscalização, a prevenção e a autoridade exercidas com profissionalismo são pilares fundamentais de uma segurança pública moderna e eficaz.
Mas a ação da PSP vai muito além da vertente repressiva ou operacional. Acreditamos numa segurança centrada nas pessoas, onde a prevenção, a proximidade e o cuidado com os mais vulneráveis têm lugar central.
Em 2024, no âmbito do programa "Idosos em Segurança", foram realizadas 9.484 ações de prevenção, que permitiram sinalizar 1.215 idosos em situação de maior fragilidade. Esta atenção dedicada à população sénior representa o compromisso da PSP com o envelhecimento seguro e digno.
No mesmo sentido, e como instrumento de proteção adicional, foram atribuídas 3.439 pulseiras "Estou Aqui – Adultos", um recurso simples, mas eficaz, que permite a rápida localização em caso de necessidade.
Por outro lado, e no contexto da proteção dos mais jovens, foram atribuídas 67.175 pulseiras "Estou Aqui - Crianças", programa este pioneiro e exclusivo da PSP.
Nas escolas, mantivemos uma presença ativa, educativa e próxima. O programa "Escola Segura" concretizou 9.995 ações de sensibilização, abrangendo um universo de 902.041 alunos e 3.173 estabelecimentos escolares. Esta é uma das maiores operações de educação para a cidadania, prevenção da violência e promoção de comportamentos seguros em contexto escolar e juvenil.
Estes dados mostram que a Polícia de Segurança Pública é também, e cada vez mais, uma instituição de prevenção, proteção e pedagogia cívica, presente em todas as fases da vida e junto de todos os públicos.
A amplitude da missão da PSP revela-se também na diversidade de áreas em que intervimos — desde a proteção da economia local até ao controlo de fronteiras, da preservação ambiental à solidariedade social.
No programa "Comércio Seguro", realizámos 9.863 ações de contacto e prevenção junto de comerciantes, promovendo a segurança e a tranquilidade nos espaços de atividade económica e nos centros urbanos. Esta proximidade é essencial para prevenir ilícitos e construir confiança com quem dinamiza a economia local.
No domínio do controlo de fronteiras, a PSP teve um papel crucial em 2024, assegurando o controlo de mais de 20 milhões de passageiros, concedendo 604.441 vistos e realizando 1.658 recusas de entrada em território nacional, num esforço articulado com os sistemas europeus de segurança e com respeito pelo direito internacional. Ainda neste âmbito, foram concretizados 144 afastamentos do território nacional, e prestadas 146 escoltas policiais para garantir a legalidade e a segurança dos procedimentos.
Importa, neste contexto, referir ainda que, em 2024, os aeroportos portugueses registaram mais de 70 milhões de movimentos de passageiros — um número que impressiona por si só, mas que se torna ainda mais expressivo quando o colocamos em perspetiva: este volume equivale a sete vezes a população residente em Portugal. Em média, chegaram aos aeroportos nacionais quase 5,85 milhões de passageiros por mês. Cada um destes movimentos foi acolhido, fiscalizado e protegido sob a vigilância e responsabilidade da Polícia de Segurança Pública.
A segurança dos aeroportos internacionais em todo o território nacional — incluindo Portugal continental, Açores e Madeira — é assegurada exclusivamente pela PSP. Esta é uma missão que exige presença constante, capacidade de resposta imediata, inteligência operacional e uma articulação exemplar com entidades nacionais e internacionais. Somos a primeira linha de contacto para quem chega e a última garantia de segurança para quem parte. Neste ponto de fronteira com o mundo, a PSP afirma-se como garante da confiança e da reputação internacional do país.
A nossa presença também se fez sentir na proteção ambiental, com 3.343 ações específicas realizadas em 2024, reforçando o combate a ilícitos ambientais e promovendo uma consciência ecológica junto das comunidades.
No plano social, através da iniciativa “Solidariedade Não Tem Idade", levámos a cabo 4.893 ações direcionadas a populações vulneráveis, reforçando os laços de apoio, escuta ativa e prevenção em territórios marcados por maior isolamento ou risco social.
E porque combater o crime é a nossa missão central, foram realizadas 8.055 ações diretamente orientadas à criminalidade, desde operações de prevenção e repressão a intervenções especializadas de investigação.
Estas ações demonstram que a PSP é muito mais do que uma força de segurança. É uma instituição presente na vida do país — nas suas fronteiras, nas suas ruas, nas suas escolas, no seu ambiente, e no coração das suas comunidades.
No âmbito das valências especializadas que integram o nosso dispositivo, é justo destacar a atuação das equipas cinotécnicas, da unidade de inativação de explosivos, dos negociadores, do Corpo de Intervenção e Equipas de Intervenção Rápida, do Grupo de Operações Especiais, bem como das unidades com competências em operações de montanha e policiamento em ambiente aquático e subaquático. Estas equipas reforçam a resposta operacional da PSP em cenários críticos e diferenciados, assegurando eficácia técnica e elevada preparação.
Não menos relevante é o contributo da Unidade de Polícia Técnica e das valências nas áreas da investigação criminal, cibercrime, análise criminal, inteligência policial e comunicação estratégica. São estruturas que potenciam uma atuação moderna, suportada na ciência, na tecnologia e na antecipação estratégica.
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
A força de uma instituição mede-se, acima de tudo, pelas pessoas que a integram. A Polícia de Segurança Pública conta atualmente com cerca de 20 mil polícias e perto de 600 profissionais das carreiras técnicas.
Nos últimos anos, a PSP sofreu uma redução do seu efetivo em contraposição com o reforço de competências que assumiu e com o aumento significativo da sua atividade operacional e administrativa.
Mas temos orgulho na crescente qualificação dos nossos quadros: Mais de 10% dos nossos profissionais possuem formação superior e 60% possuem o ensino secundário, reflexo de uma aposta contínua na valorização do capital humano. Cerca de 5.200 polícias têm menos de 35 anos de idade, o que atesta a renovação geracional em curso e garante dinamismo e vigor operacionais. É também de sublinhar que 11% do efetivo policial é constituído por mulheres, traduzindo um percurso claro rumo à diversidade e à representatividade.
Contudo, não podemos ignorar os desafios estruturais que se colocam à sustentabilidade dos nossos quadros. O reforço dos recursos humanos da PSP é um desígnio nacional. É imperativo tornar a profissão mais atrativa, através de condições remuneratórias mais competitivas, estabilidade nas carreiras, apoio à conciliação entre a vida profissional e pessoal, e campanhas de comunicação pública que valorizem o prestígio e a missão de ser Polícia.
Neste contexto, lanço aqui uma meta clara: aumentar os profissionais ao serviço da PSP, num intervalo de tempo razoável, para um número que se considere o necessário para o cumprimento cabal de todas as missões entregues à responsabilidade da PSP. Neste incremento, pretende-se, também, reforçar para cerca de 7% a percentagem dos profissionais sem funções policiais, de forma a poder libertar polícias para as atividades eminentemente operacionais, conforme é desígnio do Governo. Para tal é igualmente necessário valorizar os profissionais das carreiras técnicas que pretendam permanecer ou juntar-se à PSP, atribuindo-lhes novas competências no âmbito do suporte à atividade policial e garantindo que lhes seja também atribuída a devida compensação pela especificidade da prestação do trabalho na Polícia de Segurança Pública.
Esta ambição exige planeamento estratégico e, acima de tudo, vontade política. Para tal, será necessário assumir o compromisso de duplicar anualmente o número de entradas nas carreiras policiais em relação ao número de saídas para a pré-aposentação, aumentando significativamente o número de candidatos a admitir anualmente ao Curso de Formação de Agentes. Esta cadência formativa permitiria não só colmatar as saídas naturais, mas também reforçar a presença policial no território, dar resposta a novas exigências operacionais e garantir uma polícia mais jovem, mais próxima e mais preparada.
Reforçar a PSP é reforçar o Estado. Investir nos nossos recursos humanos é investir na segurança de todos.
Estes números, Minhas Senhoras e meus Senhores, são expressão de um esforço coletivo. São o testemunho vivo da dedicação de homens e mulheres que, todos os dias, vestem a farda com coragem, sentido de missão e espírito de serviço público.
Neste 158.º aniversário, reafirmamos o nosso compromisso com a segurança dos portugueses, com a legalidade democrática e com os valores que sustentam o Estado de Direito.
A todos os polícias da PSP — os do presente e os do passado — a minha mais profunda gratidão.
Exma. Senhora Ministra da Administração Interna
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Ao longo dos seus 158 anos de existência formal, a Polícia de Segurança Pública tem sabido preservar e renovar a sua vocação mais profunda: servir o cidadão.
Esta é, verdadeiramente, uma polícia de missão. Uma polícia de proximidade e de autoridade, de humanidade e de firmeza. Uma polícia que atua, todos os dias, para garantir a segurança de todos, sem discriminação, sem hesitação, sem reservas.
Mas a história da nossa vocação é ainda mais antiga. Remonta ao século XIV, à criação dos primeiros Corpos de Quadrilheiros por iniciativa do Rei D. Fernando I, em 1383. Esses homens, designados para manter a ordem pública nas cidades e vilas, são o embrião do que hoje conhecemos como polícia moderna. A história da PSP é, por isso, parte fundadora da própria história de Portugal. Evoluímos com o país, mudámos com as sociedades, transformámo-nos com os tempos — mas nunca abandonámos o essencial: a proteção da vida, da liberdade e da paz social.
Num momento em que o país se prepara para uma nova organização no controlo de fronteiras e gestão de estrangeiros, a Polícia de Segurança Pública reafirma a sua total disponibilidade e capacidade para assumir estas novas competências. Com conhecimento técnico, experiência acumulada e uma cultura de serviço público enraizada, a PSP está pronta para garantir uma transição segura, eficaz e respeitadora da legalidade e da dignidade humana. O reforço destas atribuições não é apenas uma missão: é também um sinal da confiança que o Estado deposita na nossa Instituição.
Assumimos este desafio com o espírito de sempre, o mesmo que nos move há 158 anos. Sabemos que os fenómenos migratórios, o contexto internacional e a dinâmica das fronteiras exigem respostas qualificadas, humanas e firmes. A PSP está preparada. Estaremos, como sempre estivemos, onde o país mais precisa de nós.
E é também por isso que hoje, neste aniversário, lanço uma palavra direta aos mais jovens: ser polícia é mais do que ter uma profissão, é responder a um chamamento. É fazer parte de uma causa maior, de um propósito coletivo, de uma missão que atravessa gerações. Precisamos de jovens com valores, com coragem, com sentido de dever. A PSP é uma oportunidade de futuro, de carreira, de realização pessoal e profissional. Aqui, servimos Portugal com orgulho. Aqui, cada dia conta. Aqui, fazem-se histórias de vida com sentido.
Hoje, a PSP é um pilar da democracia portuguesa. Está nas ruas, nas escolas, nas fronteiras, nas comunidades. Está onde o país mais precisa. Está onde a liberdade exige ser protegida.
Neste dia de celebração, deixo uma palavra final de gratidão a todos os que aqui estão. Aos representantes da soberania, às entidades parceiras, aos antigos dirigentes, aos nossos familiares, aos cidadãos que reconhecem e valorizam o nosso papel, a nossa Missão.
Celebrar o aniversário da PSP é, também, celebrar um compromisso inabalável com o passado, o presente e o futuro de Portugal.
Pela Ordem e Pela Pátria!
Viva a Polícia de Segurança Pública!
Viva Portugal!
Muito obrigado.